Farmácia (portuguese)

Homem, 35 anos. Tem hábitos tabágicos.

Apresenta estadio 5 de doença renal crónica (DRC). Em 2010, foi internado na Nefrologia por crise hipertensiva, sendo medicado com terapêutica anti-hipertensiva e antiproteinúrica. Teve um agravamento progressivo da função renal e optou por diálise peritoneal (DP).

O cateter de DP foi colocado por via laparoscópica para posterior início da diálise.

Apresenta intercorrências em DP – 2 episódios de infecção do orifício de saída (OS) e peritonites.

No dia 12/2/2015, numa consulta de rotina, foi detectada a primeira infecção do OS, por presença de exsudado amarelado na compressa do OS. Foi realizada zaragatoa.

A zaragatoa do exsudado revelou presença de S. aureus metacilina sensível.

No dia 6/4/2015 foi, novamente, detectada infecção do OS.

O tratamento de ambos os episódios de infecção do OS foi feito com Flucloxacilina. No segundo episódio de infecção do OS (6/4/2015) o doente tem indicação para substituição do catéter.

Relativamente à terapêutica de ambulatório, o doente faz Nifedipina, Carvedilol, Lisinopril, Minoxidil, Darbepoetina, Sevelamer, Lasix, Alopurinol e Paricalcitol.

Enquadramento teórico

        A DRC define-se como a existência de alterações na função/estrutura renal, por mais de 3 meses. Esta patologia pode ser classificada em vários estadios, com base na taxa de filtração glomerular (Tabela 1).

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A DP consiste em usar o peritoneu como um filtro permeável, uma vez que esta membrana tem uma extensa superfície e é muito vascularizado. Assim, as substâncias (água e toxinas) provenientes do sangue podem ser filtradas para o interior da cavidade abdominal, se houverem condições apropriadas.

Para isto, o líquido de diálise é introduzido por meio de um cateter que penetra pela parede abdominal até ao espaço peritoneal. Esse líquido deve ficar no abdómen um certo tempo para que as substâncias sejam removidas. Este líquido vai ficar “contaminado”, tendo de ser retirado e substituído por novo.

A composição do líquido de diálise é variável e depende das necessidades do doente e do período de permanência no espaço peritoneal. É a pressão osmótica deste líquido (criada pela glucose ou icodextrina) que permite a ultrafiltração.

A diálise peritoneal pode ser realizada por várias técnicas. Para este paciente, optou-se por DP automatizada, em que é usada uma máquina “cicladora” que bombeia o líquido de diálise para dentro e fora da cavidade peritoneal. Em geral, esta “cicladora” é iniciada na altura de deitar e realiza vários ciclos de diálise durante o sono.